segunda-feira, 5 de maio de 2014

Pânico na Band: entrevistador tira muito sarro do Bolsonaro


O Programa Pânico na Band, no dia 27/04, entrevistou o deputado federal Jair Bolsonaro (PP) no quadro "Poderoso Castiga". O que se viu foi um grande sarro tirado da cara do Bolsonaro.

No início da entrevista ele falou que pleiteava junto ao partido uma candidatura para a presidência da república. Disse ao entrevistador "eu tenho certeza de que eu vou ter o seu voto" e ouviu um "com certeza absoluta, não!".

(entrevistador) - Você é um cara esquentado.
(Bolsonaro) - eu fico revoltado com as imbecilidades.
(entrevistador) - mas você não se acha um pouco imbecil também?

Bolsonaro defendeu a pena de morte, alegando que a polícia deveria ter o direito de atirar para matar sem ser punida. Reclamou do tiro de advertência. Ao comentar o caso dos 111 presos mortos por policiais na rebelião do Carandiru, falou que existem presídios norte-americanos em que o tiro de advertência não existe, em que o policial pode já ir atirando pra matar, se houver rebelião.

Ele perguntou se o entrevistador era a favor da pena de morte. Ele respondeu que era a favor da pena e morte, mas que a pessoa deveria ser julgada primeiro e não ser executada logo de cara pelo policial, como defende o entrevistado.

Bolsonaro também defendeu o direito da polícia torturar. Segundo ele, um sequestrador só vai dizer onde o sequestrado está sob tortura. Esse é um exemplo que ele usa para generalizar o direito à tortura de quem for preso.

Ele se esquece que com grande frequência a polícia também prende a pessoa errada. Já pensou se ela começa a torturá-la? O quanto essa pessoa irá apanhar até que se perceba que ela não tem culpa? Lembram do caso de uma menina estuprada e morta num parque de diversões? Quatro suspeitos foram torturados e confessaram o crime. Depois o exame de DNA mostrou que o sêmen encontrado na garota não era de nenhum dos quatro. Todos confessaram apenas para parar as torturas. É por causa de casos como esse que a tortura é totalmente ilegal.

Ao comentar sobre os homossexuais, Bolsonaro voltou a criticar o que ele chama de "kit gay", que é uma série de materiais educativos, sobre a diversidade sexual. Segundo ele, se uma criança ler um livro mostrando casais gays, da mesma forma como são mostrados casais héteros, ela vai se tornar presa fácil para relações homossexuais. O entrevistador cita o exemplo de uma série de desenhos como o pica-pau, o patolino, e outros, com atos violentos como bater, explodir, incendiar, que são assistidos por muitas crianças e nem por isso se tornam violentas.

A parte negativa da matéria foi que, mesmo depois de todo um discurso do apresentador em favor dos homossexuais, a edição do programa censurou um beijo entre dois homens dado ao lado do Bolsonaro. Exibiram que eles se beijaram, mas cobriram com um coração as bocas dos dois, da mesma forma como censuram quando alguma panicat por "acidente" tem suas partes íntimas descobertas. Ou seja, um beijo entre dois homens é visto pela produção do programa como algo indecente a ser mostrado em rede nacional. Lamentável isso.

Abaixo segue o vídeo da entrevista, que vale a pena ser visto.

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